Antes de engravidar imaginava que estaria pronta para viajar com minha filha dentro de 6 meses. Pensava em levá-la para o aniversário da avó dela no Brasil. Após seu nascimento percebi que estava errada.
Do ponto de vista médico não havia qualquer impedimento para que eu viajasse de avião com a Fofucha. Nosso GP (médico) disse que ela é saudável e que se eu demorasse muito ela iria me carregando. Além disso, parece haver um consenso sobre a facilidade de viajar com bebês que ainda não andam. Sim, porque se eles não andam dão menos trabalho.
Todavia, meu marido e eu achamos que o mais prudente seria esperar que ela tivesse recebido todas as vacinas do calendário irlandês (que, diga-se de passagem, não inclui vacinas de gripe e H1N1). Assim, com 1 ano de idade iríamos para o Brasil, se não fosse um imprevisto que atrasou nossa viagem por mais 6 meses. De forma que a Fofucha tinha 18 meses quando embarcamos para o Brasil. Ela já andava com segurança.
A minha prioridade era o bem estar da minha filha. Por isso, tive que ser insistente com meu marido em relação ao meu plano para chegar no Brasil. Nem saímos da Irlanda e fizemos uma parada. Explico.
Fomos para Dublin um dia antes do voo. Ficamos num hotel ao lado do aeroporto para que pudessemos acordar na hora em que minha filha normalmente acorda. De forma que a primeira alteração na rotina dela naquele dia seria o voo para Lisboa. Do contrário seria, acordar antes do normal, viajar 2h30 de carro e pegar um voo. Perceba a diferença!
Confesso que quando embarcamos no primeiro avião, da Aer Lingus, eu jurei para mim mesma que não entraria noutra latinha de sardinha com minha bebê tão cedo. Eu estava bem preocupada, mas tudo correu bem. Ela dormiu enquanto cantava para ela, logo após ler um dos seus livros favoritos. Ela acordou a tempo para eu trocar a fralda dela e servir o almoço (esquentado em banho maria).
Quando as aeromoças foram para o fundo do avião eu fui lá para frente e troquei a fralda no chão em frente aos armários de comida e dos passageiros que voaram nas primeiras poltronas (bem, havia uma parede divisória nos separando deles). Ninguém falou nada. Nunca que eu tentaria trocar na mesa reclinável acima da privada. Aquilo é para bebês pequenos.
Foi uma vitória para mim esta troca de fraldas, pois geralmente eu sou bem educada. Pergunto se posso antes, não vou fazendo as coisas no avião dos outros. Além disso, tive que agir rápido, outra dificuldade para mim. Agir rápido é contra minha natureza (ou melhor, era, pois agora estou tendo que ser rápida no penico, pois tirei as fraldas da Fofucha, depois falo sobre isso).
Mas voltando ao vôo Dublin-Lisboa, a glória foi ela não ter sentido dor nos ouvidos na decolagem ou aterrisagem. Ela chegou a coçar os ouvidos, mas a chupeta impediu que o desconforto se transformasse em dor aparente. A idéia de oferecer paracetamol infantil 40 min antes do voo, para garantir um voo tranquilo para ela, passou pela minha cabeça, mas me lembrei da minha regra ¨você não dá remédio antes que algo aconteça¨.
Para aborrecimento total do meu marido, que não podia carregar qualquer peso e não podia me ajudar a carregar a Fofucha, a Aer Lingus não levou o carrinho até a porta do avião de forma que tive que andar muito com ela no colo. Ela chegou a andar um pouco, mas não tinha condições de colocá-la para andar todo o percurso até recolher as malas.
Felizmente o depósito de malas é perto da área de desembarque. Logo pegamos um táxi e fomos para o hotel mais próximo, que já tinha reservado no booking.com. Foi ótimo poder usufruir do hotel até o voo para Brasília. Oito horas de espera não é nada quando se tem que cuidar das necessidades da sua bebê, das suas próprias e ainda estar de volta ao aeroporto 40 min antes do voo. Tivemos o tempo certinho de chegarmos, tomarmos banho, comermos e dormirmos por cerca de 3 horas.
O voo Lisboa-Brasília foi o mais cansativo da minha vida. Nunca dormi tão pouco. Acho que 2 horas se muito. (Minto. No da volta dormi 30 min). O negócio é que não havia poltronas vagas e Fofucha dormiu sobre minhas pernas. Para deixar ela descansar o máximo possível não me mexi e minhas pernas doeram um bocado. Eu troquei a fralda dela nas poltronas após a saída dos demais passageiros.
A volta também foi tranquila, mas com algumas diferenças que servem de dicas. Ligue para a sua companhia aérea e peça para levarem o carrinho até a porta do avião. Só vale a pena ficar na primeira fila de poltronas se o seu bebê puder usufruir do berço acoplável à parede, a não ser que o avião não tenha todos os banheiros concentrados bem à sua frente, como foi o nosso caso com a TAP, pois recebíamos luz na cara toda hora. O limite de peso do berço da TAP é 11 kg, que eles estimam ser até 1 ano de idade.
Nós levamos a comida da Fofucha nas embalagens originais, incluindo o leite (em garrafa da Milupa), de forma que apenas a água estava em mamadeiras (embora ela não mame há muito tempo). Tive que provar um pouco da água em todas checagens de segurança. Levamos parte da comida nesta bolsa e parte na mochila do meu marido. Cada um de nós levou duas bagagems de mão. Ele uma mochila e aquela bolsa. Eu, a mochila da Fofucha e uma bolsa média. Vou publicar este post de imediato. Se me lembrar de algo mais eu edito o post logo abaixo. É tarde e minha cabeça dói. Até breve!