Monday, December 26, 2011

Bebê, o grande engano

Após completar 30 anos minha mãe me disse algumas vezes que com a minha idade ela já tinha tido os quatro filhos. Este foi digamos o ¨toque¨ que ela me deu para eu arregaçar as mangas e constituir uma família. Contudo nesta mesma época eu tinha chegado a conclusão que o melhor que eu podia fazer é ser feliz solteira.

Não que eu tivesse decidido não me casar, não é bem isso. Apenas foquei em  fazer coisas que gosto e ser feliz em decorrência disso. É claro que eu sabia que o tal do relógio biológico estava batendo e que eu não podia cruzar os braços. Contudo, deixei de lado as minhas estratégias para conhecer alguém bacana. Como disse, foquei em mim, mas com a consciência de que eu não tinha a vida toda para conhecer alguém e ter uma família.

Entretanto, ficar grávida nunca foi um sonho, muito menos cuidar de bebês. Para mim gravidez era um sacrifício que tinha que fazer para ter uma filha. Perceba que disse ¨filha¨, não ¨bebê¨. Sempre via bebês como pequenos seres que dão muito trabalho e que precisam mamar, ter a fralda trocada e mamar e assim sucessivamente todos os dias sem cessar. Em outras palavras: outro sacrifício. Mas pior que a gravidez, pois você não pode dormir muito.

Confesso que ainda pensava que bebês viviam no mundo deles e que só se comunicavam com outro bebê com seus ba-ba-bas e agu. Já reparou que bebês tem uma facilidade para falar ¨agu¨?

Não seria injusto dizer que eu subestimava muito os bebês até ter meus sobrinhos. Como todos moram no Brasil não participei do dia-a-dia da transformação de bebês em crianças, mas quando estive lá a última vez,  percebi que choro de criança já não era tão terrível como antes. Na verdade eu achei uma fofura a minha sobrinha choramingando após tomar umas vacinas. Inclusive filmei ela durante este estado de desconforto achando tudo lindo. Realmente algo já havia mudado em mim. Era o instinto maternal batendo na minha porta.

Contudo, já casada e combinada de esperar dois anos para tentarmos um bebê eu ainda não conseguia explicar porque eu queria um. Tanto trabalho, talvez algumas renúncias. Tudo por anos a fio. Era muito importante para mim saber porque eu queria ter filhos, especialmente devido ao que expliquei: eu pensava numa criança falante ou em um adolescente falante, então, eu tinha que saber se eu estava preparada para passar pelas partes difíceis: a gravidez e o bebê.

Cheguei a conclusão que as mulheres tem muito amor para dar e se canalizarmos todo o afeto no marido ele ficará com a bola muito cheia e se cansará de nós. risos Também decidi que instinto maternal é algo que se tem ou não tem. Não dá para explicar. Se você o tem você sente um certo buraco a ser preenchido, também chamado de vazio.

Embora o vazio seja pequeno, pois você já tem o potencial pai da criança ao seu lado, qualquer vazio é um vazio que causa uma melancolia, um sentimento de esperar por algo. Algo que você precisa embora você aparentemente tenha tudo e é feliz, ainda falta algo para fazer esta felicidade mais completa.

Por isso o dia de ontem, o Natal, não foi mais especial. Natal é o nascimento de Jesus, que está no céu e não podemos vê-lo ou tocá-lo. Mesmo assim ficamos felizes nesse dia. Para mim todos os dias são tão especiais quanto o Natal. Todos os dias sou feliz por ter a minha fofucha na minha vida.

As mamadas e as trocas de fraldas são meros detalhes em vastos momentos de interação com ela, que tem apenas 11 semanas de vida. Ela não vive em outro mundo, mas faz o meu mundo muito mais feliz com seus sorrisos largos e olhar intenso nos meus olhos. 

Ela reparou em todos os enfeites de Natal colocados na casa e isso foi a gota d'água para eu concluir que bebês são seres humanos muito atentos e inteligentes. Se eu não ficar esperta sou eu quem vou perder marcos no desenvolvimento dela, que é muito rápido. Não quero perder nada!

Friday, December 23, 2011

Snippet of Galway City before Christmas


I went into town to do my Christmas shopping yesterday. I only had a few hours before it got dark. I didn't want to be cycling at nighttime when traffic is heavy. As you can imagine the shops were packed. I had planned to have a look at the price of Steve Jobb's biography, but as I stepped into Eason I realised it was too jammed for my taste and walked out straight away. There were plenty of buskers (street artists) performing for Christmas shoppers. You could listen from Irish music, as expected, to Ramones.

The nicest thing I saw in town though was the donkey standing beside a flute player and a dog. I took a few pictures and when I was making a short video (below) an 80's-looking-Bono tapped my arm and said ¨very clever!¨. I nearly took a photo of him as well. I know... U2 fans are a hopeless case! Merry Christmas!



 





Monday, December 12, 2011

Gort não é mais Pequeno Brasil

¨Pedra¨ em Gort
Gort é uma cidadezinha no Condado de Galway conhecida como Pequeno Brasil devido ao grande número de brasileiros. Ela possui cerca de 3.000 habitantes e apesar do Wikipedia ainda dizer que 1/4 deles são brasileiros, isso não corresponde mais à realidade. 

A emissora de rádio e tv irlandesa RTE vem documentando a partida de brasileiros há algum tempo. Ademais, na última sexta-feira reencontrei uma brasileira que vive lá e que me disse que só no dia anterior à nossa conversa, uma família com sete pessoas havia retornado ao Brasil.

Perguntei à ela se os brasileiros ainda continuam indo para a Pedra, uma esquina central onde eles aguardam por um dia de trabalho. Ela disse que sim, mas que aqueles que tem carro, como o marido dela, tem a chance de conseguir emprego fora, mas não como antigamente. Ela estima que metade dos brasileiros em Gort já partiu. Desde 2009 a BBC fala no mesmo sentido.

Ela ainda comentou que muitos dos brasileiros que estão voltando para o Brasil estão aproveitando a ajuda da OIM, conforme falei no post Brasileiros ilegais recebem ajuda para voltar para o Brasil, em 2008. Ela disse que a organização paga todo o percurso de volta, inclusive o trajeto para Dublin e acomodação, se for necessário. Aqueles que tem interesse em se capacitar ainda tem um curso pago no Brasil.

Sempre tive curiosidade em saber como o Pequeno Brasil na Irlanda começou e este mês a RTE a supriu com o documentário Small World. Um único irlandês que foi para o Brasil  nos anos 70 e por lá ficou os ajudou a virem para a Irlanda. Ele trabalha no ramo de carnes e quando soube que muitos brasileiros na Vila Fabril, em Anápolis, estavam perdendo seus empregos nos frigoríficos, no começo dos anos 90, ele os ajudou a conseguirem visto de trabalho para virem trabalhar aqui. Em questão de semanas 2000 brasileiros já estavam trabalhando em Gort.

O documentário ainda acompanha o retorno de uma brasileira para o Brasil este ano, além de entrevistar crianças que cresceram aqui, sendo que uma delas em especial considera-se irlandesa e sofre com a distância de seu país, a Irlanda. Ele inclusive jogava hurling e estava se saindo muito bem nesse esporte. É a parte mais tocante do documentário. Pete também se emocionou com esse menino. 

O que o documentário talvez não explique bem é que os frigoríficos irlandeses começaram a fechar cerca de 10 anos após a vinda deles, quando eles faturavam até 3 mil Euros por mês. A recessão foi o golpe final para a volta para o Brasil.

Small World tem 25 minutos de duração e fica no ar até o dia 23 de dezembro. Você pode assistir aquiNo começo do ano a Rádio RTE também cobriu os brasileiros em Gort e suas dificuldades desde a recessão e você pode ouvir o arquivo de áudio aqui. Ele dura 8 minutos. 

Sunday, December 04, 2011

Evitando intoxicação alimentar


Sócrates deixou uma lição para nós além de ser um grande jogador de futebol e ex-ativista pela democracia no Brasil. Sócrates nos ensinou que aqueles já doentes são muito mais propícios a sofrer graves consequências por intoxicação alimentar.

A preocupação com a saúde no Brasil é grande do ponto de vista físico. Mas e a saúde alimentar? Sem ela podemos nem ficar aqui para contar história. O cuidado para evitar food poisoning na Irlanda é grande. Eu, como a maioria dos brasileiros, não me preocupava muito com isso até me casar com um britânico. 

Toda carne crua que compramos é guardada na gaveta da geladeira, abaixo de todos os alimentos para evitar que o sangue respingue neles. Isso quando vamos comer a carne no mesmo dia. Do contrário vai para o congelador. As já cozidas ficam nas prateleiras. Não é seguro guardar carne cozida na gaveta com a crua, pois esta tem líquido, o que possibilita o surgimento de bactérias.

Usamos tábua de plástico, pois de madeira é menos garantida a limpeza e extermínio de bactérias. Usamos uma tábua só para carne crua, outra só para cozidas e outra só para verduras. Todas de plástico.

O Pete ainda reserva uma faca só para preparar carne. Mas a medida mais radical para mim, entretanto correta, é a de não re-esquentar carne mais de uma vez. Então, se na sua casa sobrar um pedação de carne, corte a quantidade que vai comer e deixe o resto na geladeira de forma a re-esquentar cada parte uma vez só.

O ideal é re-esquentar para valer. Digo, usar alta temperatura, uma vez que é necessário quase 80C para matar bactérias. Acima de 60C o calor apenas previne a sua proliferação de bactéria, mas não mata. E pensar que lavar bem frutas e legume é tudo o que ensinam...

Friday, December 02, 2011

Contando com a bondade irlandesa


Foi quase tudo perfeito. Separei minhas roupas na noite anterior, acordei mais cedo para não sair correndo apressada - coisas novas para mim - e cheguei para o trabalho de hoje trinta minutos mais cedo para me ambientar no tribunal porque não pisava lá há algum tempo. 

Todavia na hora de prender a bicicleta me dei conta que não havia colocado a tranca na bolsa que resolvi usar hoje. Não podia contar com o Pete, pois ele estava cuidando da nossa fofucha. Também não podia deixar a bicicleta no bike rank livre, leve e solta.

A primeira idéia que me veio a cabeça foi deixar na casa de alguém perto do tribunal. Mas quem? Imaginei que uma alma caridosa não se importaria em guardar minha bicicleta em sua casa por algumas horas, mas daí a tocar na campaínha de um desconhecido... isso soaria estranho até para as pessoas mais caridosas.

Pensei que se talvez a deixasse no bike rank de fora do tribunal ninguém teria a cara de pau de furtar bem na porta de onde poderia responder na justiça pelo feito, mas logo percebi que estava sendo muito otimista!

Liguei para o Pete que me lembrou que há uma loja de bicicletas perto do tribunal, então, lá fui eu bem aliviada comprar um novo cadeado. Entretanto, chegando lá dei com a loja fechadinha. Fui à loja ao lado, uma loja de lápides, e perguntei ao senhor se a loja do lado dele era de bicicletas. Ser estrangeira tem suas vantagens: você pergunta o óbvio e ninguém te olha torto.

O senhor disse que sim, mas que ela só abriria após às 10:00, quando eu já deveria estar no tribunal. Expliquei a ele que tinha um trabalho lá começando em breve e perguntei se ele poderia guardar minha bicicleta na loja dele. Ele esticou os braços prontamente e a foi levando para dentro. Disse meu nome e o perguntei se ele não se incomodava em me dizer o dele. Ele disse ¨Brian¨.

Pois então disse a verdade ao Brian: que eu sabia que podia contar com a bondade irlandesa. Ele disse ¨Como?¨. Eu disse ¨Sabia que podia contar com um coração generoso¨. Ele sorriu. Eu fiquei feliz, pois os irlandeses não sorriem tão fácil quanto nós brasileiros. 

Monday, November 28, 2011

Filhos unem o casal?


Uma vez me disseram que filhos unem o casal. Do ponto de vista genético, sem dúvida, mas e do resto?

A chegada da nossa fofucha aumentou a nossa comunicação. E no que refere-se à criação de filhos ela mudou, pois agora é tudo na prática. As teses ficaram para trás. 

Contudo, talvez por causa do meu instinto de proteção de mãe de primeira viagem misturado com situações emergenciais, como a em que a nossa fofucha estava molhada de xixi e precisávamos preparar água pro banho rápido, não falei com o Pete com a mesma cordialidade de sempre. Houve casos em que as palavras nem saiam em Inglês. 

Eu ía e fazia o que precisava eu mesma e como dizem, o Pete ficava no vácuo. Ele é mais calmo, então, o estresse dele, se existente, é mais em consequência do meu. Felizmente temos desculpado e relevado o mal jeito um do outro, pois sabemos onde o contrário poderia nos levar. 

Para você ter uma idéia, o Instituto de Pesquisa Econômico e Social fez um estudo sobre a vida familiar irlandesa ao longo dos últimos 20 anos e concluiu que casais com um filho estão entre 25 a 30% mais sujeitos a se separar do que aqueles sem filhos ou com mais de um.

Um dos autores da pesquisa, o Dr. Tony Fahey, disse que o motivo é a pressão extra colocada no casamento, mas que casais com 2 ou mais filhos parecem superar isso. Deduzo que se o casal resolveu ter um segundo filho é porque conseguiu levar bem a chegada do primeiro.

De qualquer forma, depende dos pais. Se ambos não tivermos consciência da mudança da dinâmica do relacionamento ele pode infelizmente ruir. Talvez casais que contratam babá ou contam com a ajuda da família sofram menos pressão, embora talvez não uma vez que contratar babá em si deve ser um estresse. Não sei quanto ao resto do Brasil, mas pelo o que escuto, em Brasília elas estão em extinção. 

Tuesday, November 22, 2011

Sonho de consumo irlandês


Aqui em Galway, as mulheres pedalam com botas de salto alto numa boa, mas eu gosto de conforto e segurança - e de poupar minhas botas de couro também! Não me incomodo com chuva, só não gosto de andar ou pedalar com as canelas molhadas, pois a sensação de frio aumenta. 

Eu vinha querendo um par de wellington boots há muito tempo, mas nunca encontrava um com preço bom que não fosse muito parecido com botas de frigoríficos. As de plástico são bem em conta, mas não consigo deixar de achá-las infantis. Estas são de borracha e devem durar um bom tempo. 

Quando visitei as Ilhas de Aran vi quase todo mundo usando botas de borracha, mas não tão estilosas quanto estas. Adorei! Pensei ¨Este é meu lugar, adoraria morar aqui¨. 

Se você também deseja comprar um par de wellington boots com bom preço visite o site Surfdome.com. Algumas destas botas estão em promoção de 20% e eles fazem entrega internacional. Há outros pares lindinhos também. Comprei um número maior.

Sunday, November 20, 2011

Diário da bebê


O diário da nossa fofucha foi uma espécie de dica indireta aprendida na maternidade. As enfermeiras marcavam o horário que ela mamava. Mas isso só aconteceu algumas vezes. Logo passaram a me perguntar que horas ela tinha mamado pela última vez e eu não lembrava. Logo percebi que cabia a mim continuar registrando os horários.

Entretanto, o fichário continha outros dados que decidi reproduzir num caderno em casa. Cada dia possui os seguintes dados: time, feed, stool, wet, vomit, remarks. Em Português poderia ficar assim: hora, mamada, fezes, xixi, vômito e observações. 

A hora é definida pela hora em que ela começa a dar sinais de fome - geralmente logo após acordar. Trocamos a fralda quando isso acontece, daí temos condições de marcar ou não mais dois campos - fezes e xixi. Após a mamada, que ocorre logo após a troca da fralda, podemos preencher o resto. No campo de observações colocamos a quantidade que ela mamou.

O diário foi importante para entendermos sem demoras que a quantidade de leite indicada pelo fabricante do leite que ela toma, o Aptamil, não estava dando conta da fome dela. Conversamos com a Public Nurse que concordou com o upgrade na quantidade. Assim passamos a oferecer 180 ml por vez. Ao invés de mamar 6 mamadeiras com 150 ml ela passou a mamar 5 vezes por dia, que é a quantidade correta. Nem sempre ela mama os 180 ml todos. 

Outra vantagem indireta do diário é que ela ficou menos dependente do bico. A partir do momento em que a fome aumentou, na 4a semana, e ela continuava recebendo 150ml, ela não ficava sem o bico. Agora está bem melhor, ela está mais calma.

Friday, November 18, 2011

Antes e depois da maternidade

Segurando a mãozinha da minha fofucha

A gente escuta os recém-pais comentarem que suas vidas mudaram completamente após ter filhos. Isso é indiscutível do ponto de vista da rotina dentro de casa.

Nunca tivemos tantas roupas limpas para usarmos, por exemplo. Como procuro deixar todas as roupas da minha fofucha prontas para serem vestidas a lavagem é constante e, como consequência, nossas roupas entram na jogada.

Embora seja muito cedo para ela comer conosco ou apreciar a organização da cozinha, esta tem parecido uma cozinha  brasileira: nos trinques. A diferença é que somos nós mesmos que a limpamos.

Minha fofucha também não usa o banheiro ainda, é claro, pois só tem 1 mês e 11 dias, mas aquele agora parece banheiro de hotel cinco estrelas.

Nosso quarto, que vivia bagunçado, mais por minha conta do que do Pete, está de dar gosto. Especialmente o gaveteiro com as roupas dela, pois o reorganizo duas vezes por semana para não perdê-las, pois a minha fofucha cresce rápido demais. As minhas roupas não eram organizadas por semanas, antes dela nascer, o que dirá organizar o que já está organizado!

Nestas 6 semanas estive praticamente 24 horas à disposição dela, pois mesmo dormindo estou preparada para recolocar o bico que caiu ou aliviar algum desconforto. E foram muitas mamadeiras. Pelo menos 200. Troca de fraldas também, já que isso é feito antes dela mamar. 

Além disso, abandonei o mundo do crime. Deixei de ler artigos sobre mortes e assassinatos. Até a minha fofucha nascer eu era bem informada sobre isso. Sabia os principais crimes ocorridos no Brasil e na Irlanda. Era tudo o que me restava, pois no final do primeiro ano de casamento tive que deixar de assistir documentários sobre mentes criminosas, pois estava assustando o Pete. risos

Fora o relatado, sou a mesma pessoa de antes. Já incorporei a nova rotina. Não sinto falta de nada de antes. Continuo gostando de estar informada (sobre assuntos diferentes de crimes também!) e beber um cházinho irlandês, que havia abandonado quando fiquei grávida. 

A grande diferença é que assuntos de filhos me interessam agora e também me tocam MUITO mais. Me emocionei ao ver o pai da Pamella, a moça morta por engano em Goiânia, falar sobre a filha, por exemplo. - ok, confesso, ainda leio sobre crimes, mas bem menos!

O vídeo abaixo mostra outra relação de pais e filhos, mas desta vez de passarinhos. Eu havia visto este vídeo há muito tempo e o achado bonito. Hoje, revi, pois o recebi por email, mas desta vez terminou em lágrimas.

Robins: 4 Eggs, 4 Weeks from Fred Margulies on Vimeo.

Wednesday, November 16, 2011

Bebê aveludada e quentinha

M1 - R$ 32


M2 - R$ 28


M3 - R$ 30 (cada)

M4 - R$ 27 (cada)

M5 - R$ 29 (cada)
Macacão para neve - R$ 60
Rosa ou azul
Saco de dormir - R$ 52


Quando fui tirar minha fofucha do moisés uma noite dessas, o macacão de algodão dela estava congelando, então, saí a procura de macacões com tecido aveludado, pois já tinha usado um que ela ganhou e gostado porque não esfria. Encontrei uns lindinhos e mais em conta que a média. Como as roupinhas de 0 a 3 meses já estão quase ficando pequenas embora ela só tenha 1 mês e 9 dias já comprei alguns de tamanho 3 a 6 meses também.

Embora aconselhem a comprar roupas um número maior, para servir mais tempo, a verdade é que os tamanhos de roupas nesta parte do mundo são um pouco pequenos para os nossos padrões. Fica a dica para quem for comprar roupas para bebês na Irlanda e no Reino Unido. E procure macacões como estes, com botões e abertura na frente, pois são os mais práticos. Nas costas é dureza, especialmente se você é mãe de primeira viagem. 

Caso tenha interesse em adquirir alguns do macacões basta entrar em contato. O prazo de entrega para o Brasil é de cerca de 15 dias. A diferença entre o tecido destes macacões e dos convencionais, é que estes tem pelo menos 20% de polyester enquanto os convencionais só tem algodão, por isso esfriam. A outra vantagem é que não amarrotam tanto - eu não passo estes macacões. Eles também duram mais tempo e retem melhor as cores. O macacão para neve é 100% de polyester e para muito frio. O saco de dormir é usado como cobertor e tem os dizeres ¨all I need is love¨.

Custo do envio para o Brasil por carta registrada até 500g = R$ 25 e 1kg = R$ 40
Seguro em caso de extravio de até R$ 83 (devolução do seu dinheiro)
Comissão 20% (a ser acrescido ao preço do produto + custo do envio)
Rastreio no site do Correio Irlandês, An Post:
http://track.anpost.ie/track/trackone.html

Os preços dos macacões são válidos hoje e estão sujeitos a alteração.

Thursday, November 10, 2011

Outro bebê?


Para muitos a questão de ter um segundo filho é algo natural. Mas quando não se sabe se você terá ao menos um, isso é algo incomum, especialmente quando você acabou de ter um bebê. Contudo, estivemos no GP (general practitioner) e fui surpreendida.

É que quando ainda estava no hospital, após dar à luz, uma parteira, ou melhor, várias delas falaram sobre anticonceptivos, mas uma delas me aconselhou a esperar um ano antes de engravidar novamente. Achei um pouco engraçado, pois isso nem passava pela minha cabeça, embora saiba que é o conselho padrão.

Quando perguntei ao nosso GP, ontem, se o melhor mesmo seria esperar um ano para tentar engravidar de novo, ele disse que não, muito pelo contrário, que se eu fosse querer outro bebê que eu começasse a tentar de imediato, pois no que refere-se à ter filhos eu sou uma mulher de meia idade. 

Ele repetiu isso e ainda alertou sobre o que já sabemos sobre ter filhos mais velha e os possíveis ¨problemas¨, tais como Síndrome de Down, e falou que o Pete não influi nisso. Digo, a idade dele, que o fator determinante é a minha idade.

Como disse antes, não sabia se teria um bebê - depois explico em outro post - então a possibilidade de ter um segundo me deixou perplexa, mas feliz também. Em parte porque eu passaria por outra cesárea. Se você acompanha o blog, você sabe que eu desejava ter parto normal, mas isso não foi possível, e a verdade é que a cesárea em si não foi nada traumática. Nem a cirurgia nem o pós-operatório.

Assim, agora temos que decidir ¨pra ontem¨ se teremos outro bebê. Como nossa fofucha é uma bebê serena e a gravidez dela correu muito bem, eu não descarto a idéia. O Pete diz que a decisão é minha, ou seja, ele não é contra termos outro filho. Queria ter mais tempo para decidir embora saibamos que mesmo se decidirmos que sim, não significa que conseguiremos. 

Em todo caso, para quem está no mesmo barco que eu, ou ainda não encontrou sua cara metade, digo: a mãe do Pete começou a ter filhos com mais ou menos a mesma idade que eu, o teve com 42 anos e ainda teve uma filha aos 46. Ela teve 5 filhos no total.  Nenhum deles é especial. Bem, para mim o Pete é especial, né! ;)

Wednesday, November 09, 2011

A licença que mata


Já percebeu como as pessoas mais próximas ou que mais amamos são justamente aquelas que mais nos magoam às vezes? Elas nos conhecem melhor que ninguém e sabem justamente o que nos machuca, no entanto...

É que algumas pessoas acreditam que devem usar a sua licença para dizer ¨a verdade¨ para o ¨nosso bem¨. 

Deixe-me explicar a questão da licença. O Pete, por exemplo, dava um tapinha no meu bumbum e dizia que tinha uma licença para isso e mostrava a aliança de casamento dele. Apesar disso não me incomodar em casa, quando ele o fazia na rua eu não gostava. Expliquei porque e ele parou. Dentro de casa a questão da licença virou brincadeira.

Essa é a única licença que o Pete usa no nosso casamento. Obviamente já discutimos e ambos já dissemos coisas que não diríamos com a cabeça fria, mas em situações normais de pressão e temperatura ele não usa a ¨licença de marido¨ para falar ¨verdades¨ sobre mim.

Uso a palavra ¨verdade¨ ironicamente, pois essa é a justificativa utilizada pelos donos da verdade. Eles usam o argumento de querer o nosso bem ou de estarem apenas sugerindo algo para dizer coisas desagradáveis sob a justificativa do laço que nos une, seja familiar, seja fraternal, seja hierárquico. 

O interessante é que sugestão é dada uma vez só, mas os donos da verdade e de todo o conhecimento conseguem sugerir a mesma coisa várias vezes sem perceber que essas sugestões são muitas vezes críticas indiretas que tem o objetivo, seja consciente ou insconciente, de minar a auto-confiança do outro. Muitas vezes a tal verdade inclusive entra no esfera do abuso psicológico. E dizer que é para o bem da pessoa não ameniza o abuso.

Assim, se você acha que tem uma licença para dizer o que realmente acha de alguém próximo à você ou o que alguém que tem que fazer para ser feliz dentro dos SEUS parâmetros, pense novamente, pois essa licença pode matar o seu relacionamento. 

E na melhor das hipóteses, se não mata de imediato, fere e de ferimento em ferimento o seu relacionamento poderá morrer a longo prazo, só restando uma cordialidade da outra parte e apenas da outra parte é claro, pois você já provou que desconhece o termo cordialidade com as suas verdades que 'precisam' ser ditas.

Sunday, November 06, 2011

Limite tabaco



Limite tabaco é uma campanha brasileira da ACT (Aliança de Controle ao Tabagismo), em parceria com a Fundação do Câncer.  Seu objetivo é impor limites à indústria de tabaco, por intermédio da proibição de cigarro em pontos de venda - evitando assim o contato de crianças e adolescentes com a droga cada vez mais cedo. A campanha também luta contra o uso de aditivos (aromas e sabores) ao cigarro, que o tornam mais agradável. 

No site você encontra o link para assinar o abaixo-assinado, assim como os links nas redes sociais: http://www.limitetabaco.org.br/ Apoie esse projeto. #limitetabaco

Wednesday, November 02, 2011

As vitais gotinhas de sol


Uma coisa importante que aprendi durante a gravidez na Irlanda foi que devemos dar 5 microgramas de vitamina D3 para nossos bebês, tanto se você amamenta ou se você dá mamadeira. Curiosamente, a doença decorrente de sua carência é mais frequente em países em desenvolvimento - possivelmente por falta de informação.

A vitamina D ajuda os corpinhos dos bebês a usar o cálcio para fabricar e manter ossos e dentes fortes.  De acordo com o HSE, o Serviço Executivo de Saúde, crianças e adultos na Irlanda tem baixos níveis de vitamina D, o que os levam a ter ossos fracos.

A vitamina D é conhecida como ¨vitamina dos raios de sol¨ porque nossos corpos podem fabricar vitamina D a partir do sol. Quando a luz solar toca nossa pele os raios de sol ultravioleta B (UVB) são usados para fabricar vitamina D.

Contudo, não é possível para os bebês receberem vitamina D do sol de forma segura uma vez que suas peles são muito sensíveis. Isso sem falar que os alimentos que eles ingerem podem não conter vitamina D o suficiente. E ainda porque eles crescem muito rápido no primeiro ano de vida e tem uma necessidade maior de vitamina D para formar ossos fortes.

Em casos graves, os baixos níveis de vitamina D podem causar raquitismo nas crianças. O número de casos de raquitismo na Irlanda tem crescido nos últimos anos. Os ossos são mineralizados de forma inadequada quando se tem essa doença, então, não é incomum a pessoa ficar com os ossos tortos e ter baixa estatura.

Felizmente minha fofucha adora as gotinhas, que dou pela manhã, e que as distrai na hora de trocar a fralda. Esse é um momento em que ela normalmente chora. O líquido é doce e tem sabor de aniseed, então ela gosta bastante.

O informativo do HSE sobre vitamina D para bebês aconselha a dar as gotinhas até a criança completar 1 ano. Contudo, as instruções da vitamina D que dou para ela, como nome comercial Abidec, recomenda fazê-lo até os 3 anos. Assim, é melhor confirmar com o seu médico.

Acredito  que a carência de vitamina D tem relação com o número de pessoas - a maioria jovem e do sexo masculino - que vejo andando de muletas com o tornozelo enfaixado na Irlanda. Talvez eles não tomaram as gotinhas quando eram crianças. Esse ano mesmo o radialista Dave Moore (35 anos) foi jogar paintball e fraturou um tornozelo enquanto corria dos seus adversários. 

Monday, October 31, 2011

Lula, câncer e a ironia


Então Lula está com câncer na laringe e algumas pessoas tem aproveitado para fazer o que chamam de ironia. Corre nas redes sociais a ¨piada¨ que o ex-presidente deveria usar o SUS para fazer o seu tratamento. A quimioterapia dele começa hoje no Hospital Sírio Libanês.

Como já disse antes, aqui no blog, não apoio qualquer partido, portanto não sou petista. Escrevo como ser humano. O estado de saúde de alguém, seja pessoa do povo ou pública, é muito mais sério que picuinhas ou promessas políticas. Mas está claro que isso não é a norma para todos. 

Tudo tem a hora certa. Ter brincado com a possibilidade do Lula usar o SUS em outros tempos seria inofensivo, mas fazer isso quando ele está de fato doente é, ao meu ver, de mal gosto, para dizer o mínimo.

Alíás, vou além, é desumano mesmo. Assim como foi a morte de Gadaffi. Fala-se em Direitos Humanos e vão lá e abatem o político como se fosse um animal. Até os animais tem seus defensores que buscam o direito deles de morrer de forma menos dolorosa. 

Gadaffi foi um tirano e péssimo para o seu povo, mas não merecia ser abatido. Lula pode não ter sido o presidente que prometeu ser, afinal, seguiu os passos do FHC e viajou mais do que os petistas gostariam. Viajar faz parte de qualquer agenda de presidente, penso eu, mas era algo que Lula criticava e que reproduziu sem rodeios.

Enfim, quando falamos de saúde e morte, deveríamos nos colocar no lugar de quem criticamos e demonstrar um pouco mais de respeito pelo próximo. Se falta honestidade por parte dos políticos brasileiros, falta compaixão por parte dos cidadãos.

Friday, October 28, 2011

3 semanas após a cesárea


Muitas pessoas me perguntam como tem sido a minha recuperação desde a cesárea. Hoje, três semanas após a cirurgia emergencial, posso dizer que me sinto totalmente recuperada.

É claro que não vou sair fazendo esportes radicais ou coisas do tipo, mas levo minha vida normalmente. Aliás, hoje em dia realizo muito mais coisas com o corpo do que antes da gravidez e parto devido à nova rotina imposta pela minha fofucha. Contudo, fui aconselhada a aguardar 6 semanas até voltar a andar de bicicleta.

O inchaço no corpo, que teve início nos dias anteriores ao parto e que aumentou em seguida, terminou cerca de 10 dias depois. E a minha barriga já voltou ao que era antes, embora a base esteja um pouco flácida. Vamos ver se 100 flexões diárias, após a 6a semana, vão dar jeito nisso.

De qualquer forma, estou contente, pois achei que a recuperação de cesárea fosse difícil e que ficaria com barriga de grávida por muitos meses. O que incomoda às vezes é uma dor no meio das costas, diferente daquela do final da gravidez, na base das costas, devido ao peso da bebê. Acredito que ela se deve ao tirar e colocar minha fofucha do moisés.

Antes de ontem andei cerca de 3km em ritmo leve a moderado. O trajeto foi feito em etapas, pois não foi uma caminhada para me exercitar, mas para resolver coisas, tais como pesar minha fofucha no hospital. Ela ganhou mais de 200g desde a semana passada e está com 4,230kg. Ela nasceu com 3,900kg.

A questão mais difícil desde o parto não foi o parto em si, mas a amamentação. Minha fofucha perdeu mais peso que o normal após o nascimento, pois as mamadas estavam muito difíceis: pouco leite, sulgando ar, cólica, fome, estresse, sono quebrado. E eu tive mastite, ou seja, inflamação das glândulas mamárias.

Foram febre e calafrios por três dias quando comecei a dar mamadeira para a fofucha. O lençol da cama amanhecia molhado - bizarro! O médico me receitou penicilina, o que resolveu o problema. Desde então tenho tomado multivitamínico, omega 3 e ferro, pois tive outra anemiazinha.

Estou cheia de energia e embora eu durma dois blocos quebrados de 3 a 4 horas à noite, pois troco a fralda dela e dou mamadeira de madrugada, tenho tido disposição para as novas tarefas em casa mais uma caminhada quase que diária na orla marítima, com a fofucha, pois tem feito sol à tarde nos últimos dias. Nunca imaginei que ela tomaria sol no rosto no final de outubro, quando o frio e vento começam a bater à porta...

Enfim, meu conselho para quem está grávida ou pensa em ficar é: prepare-se para as semanas após o parto, pois o parto em si é rápido. Mesmo quando ele não é de fato tão rápido como o meu, depois de ocorrido parece que voou e os primeiros desafios com a bebê são menos fáceis que o parto, pois cabe a você solucioná-los. Já o parto é responsabilidade dos médicos.

Não se esqueça disso! Pesquise sobre as primeiras semanas com um bebê quando sua gravidez estiver no final e você já tiver lido milhares de artigos sobre partos.

Tuesday, October 25, 2011

EURO-PÓS 2011 - 18 a 20 de novembro - SP


O CampusFrance, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e o NUFFIC Neso Brasil associaram-se para promover o primeiro salão europeu de pós-graduação no Brasil, o Euro-Pós.

Será a primeira edição brasileira do evento destinado a estudantes, docentes e administradores de instituições de ensino superior. O objetivo do encontro é aprofundar o diálogo acadêmico entre o Brasil e a Europa. 

Participarão do evento, agências públicas de promoção ao ensino em países estrangeiros, associações de ensino, instituições de ensino superior e instituições de língua e cultura de diversos países europeus, como a Alemanhã, Bélgica, França, Holanda, Irlanda, Polônia, Suécia, entre outros, além da presença de representantes da União Européia. Assim, estes organismos poderão apresentar ao visitante, as maiores informações acerca a possibilidade de estudos na Europa.

O Euro-Pós reunirá seus participantes entre os dias 18 e 20 de novembro, em São Paulo, com programação e objetivos detalhados a seguir:

Sexta-Feira, 18 de novembro: Simpósio “Encontro Brasil-Europa’
Local: Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – Centro – São Paulo /SP
Horário: 13h30 – 19h30
Participantes: reitores, diretores, assessores internacionais e professores das universidades brasileiras e europeias; fóruns e redes de universidades; órgãos de fomento; instâncias governamentais; estudantes de pós-graduação

Objetivos:
• Traçar um panorama das relações entre o Brasil e a Europa no que diz respeito ao ensino superior e à pesquisa.
• Apresentar exemplos de políticas universitárias, abrindo um debate sobre modelos e perspectivas.
• Apresentar e discutir modelos de financiamento da mobilidade.
• Apresentar e discutir questões ligadas à revalidação de créditos e ao reconhecimento de diplomas.

Sábado, 19 de novembro e Domingo, 20 de novembro: Salão Europeu de Pós-graduação
Local: Palácio das Convenções Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana – São Paulo / SP
Horário: 14h00 – 19h00
Expositores: universidades brasileiras e europeias; órgãos de fomento; instâncias governamentais; associações de ensino; instituições de língua e cultura
Visitantes: estudantes, docentes e pesquisadores brasileiros

Objetivos:
• Oferecer aos estudantes e pesquisadores brasileiros a ocasião de encontrarem pessoalmente representantes das universidades europeias para esclarecer suas questões relacionadas à preparação de uma estada de estudos na Europa.
• Valorizar as parcerias entre as universidades participantes, tornando mais visíveis os percursos de dupla diplomação, cotutela de teses e intercâmbio de estudantes e docentes.
• Favorecer o contato entre instituições brasileiras e europeias com vistas ao início ou aprofundamento de cooperações universitárias

Programação detalhada:
• 09h00 – 12h00 (Sábado): Encontros institucionais Brasil-Europa
• 14h00 – 19h00: Salão

Mais informações, inscrições e programação detalhada no site: www.euro-pos.com.br

Saturday, October 22, 2011

O meu parto na Irlanda


A indução do parto foi marcada para o dia 6 de outubro, qual seja, 10 dias após a data prevista para o parto - 26 de setembro. Chegamos no hospital às 8:00 am conforme pedido pelos médicos, na 41a semana de gravidez. Contudo, tive que esperar 7 horas até ser encaminhada para um quarto. O Pete ficou comigo o tempo todo.

Cerca de 15h30 uma médica introduziu gel, dando início à indução. Esperaram 6hs até me aplicarem uma segunda dose de gel. Enquanto isso monitoravam o coração da fofucha por 30 minutos regularmente. 

A segunda dose de gel foi ministrada às 21h30. Eu havia dilatado apenas 1cm até então e, por isso, uma enfermeira e eu aconselhamos o Pete a ir para casa descansar para que ele pudesse me ajudar durante o parto.

Comecei a sentir dor no meio da noite. Não dava mais para ficar deitada. Ao andar a dor amenizava um pouquinho, mas era difícil andar com a pressão (peso) da fofucha. Os médicos e enfermeiras falavam que o parto poderia durar um dia mais, o que eu achava incrível tendo em vista a dor que estava sentindo.

Na manhã seguinte a médica resolveu inserir gel em mim pela terceira vez. Eu continuava com apenas 1cm de dilatação - é necessário 10cm para o parto. Essa notícia não foi nada agradável, considerando a dor que senti durante a noite, quando ouvia uma mulher dando a luz e gritando de dor. Me perguntei várias vezes se eu daria conta de dar à luz naturalmente depois de uma noite tão longa e mal dormida. Quando disse isso à uma enfermeira ela retrucou dizendo que eu não dormiria nunca mais (cuidado com o que você diz para uma grávida, pois ela não esquece jamais).

As contrações ficaram mais intensas e uma enfermeira sugeriu que eu usasse a banheira com água quente para amenizar a dor, algo que eu já estava no meus planos. Fiquei 2 horas na banheira e a dor era menor e passava mais rápido dentro d'água, mas mesmo assim não era brincadeira. Como estava super cansada eu dormia cerca de 1 min entre as contrações. 

Quando saí da banheira a dor voltou com tudo e eu gritava involuntariamente. Uma médica veio furar minha bolsa, pois durante o monitoramento do batimento cardíaco da fofucha viram que ele estava mais lento. Obviamente ninguém me falou isso para não me preocupar. Nem as enfermeiras nem o Pete, que observava o monitoramento também, mas ninguém ficou de braços cruzados.

Logo chegou uma médica que estourou a bolsa. O líquido continha mecônio, o que indicava que a fofucha estava estressada, e por isso resolveram realizar uma cesárea emergencial. Até então eu acreditava que seria parto normal. Este era o meu deseja, mas... em questão de minutos eu já estava na sala de cirurgia sendo transferida para a estreita mesa de cirurgia. Eu continuava gritando de dor e pedi desculpas à equipe médica. Estavam todos concentrados na cirurgia, talvez nem me ouviram (brincadeira, impossível).

Não via a hora de receber a peridural, que foi aplicada em seguida. Senti o clássico choquinho quando a agulha entrou e só. Ela pegou rápido. Os médicos disseram que minhas pernas estavam caindo para os lados e eu disse que eles podiam amarrá-las. Eles disseram que elas já estavam amarradas. 

Em questão de 15 minutos a fofucha já estava sendo retirada, limpa e  entregue para o Pete. Ela ficou olhando para ele e eu olhando para os dois. Mal podia acreditar. Os olhos dela eram uma fusão dos do Pete com os meus: azuis com bolinhas marrons bem gradinhas. Levaram uns 20 minutos para terminar a cirurgia e uma vez terminada fui levada para uma sala de monitoramento pós-parto, onde ficamos por 30 minutos antes de sermos levadas para a maternidade.

Ahhh quando colocaram a fofucha nos meus braços... Só de lembrar da emoção eu choro de novo. Nunca vou esquecer aquele momento. O mundo desapareceu. Só existiam a fofucha e eu naquele momento. Ela foi deitada sobre o meu peito, enrolada numa toalha branca, enquanto empurravam minha maca hospital a fora. Quando chegamos na sala de monitoramento, fizemos contato pele-com-pele para ajudar no vínculo entre nós duas. Foi emocionante!

Wednesday, October 19, 2011

Processando minha bebê

Finalizando o processo
A petição inicial da fofucha é o ato de acordar. A sentença que finaliza o processo de cuidar dela é o ato de dormir. Contudo, entre o acordar e o dormir há dois outros passos: a troca de fraldas, logo após ela acordar, e a mamadeira, que é o que ela realmente quer e é dada em seguida. 

A troca de fraldas é um sacrifício que ela tem que aturar para ter o que quer. Digo sacrifício, pois ela sempre chora nessa fase do processo, quando também limpo seu umbigo. E sempre trocamos a fralda antes da mamada, que não é só felicidade, pois interrompo  para ela arrotar quando ela chega à metade. Ela não acha essa parada tão normal quanto na primeira semana de vida e às vezes reclama.

Após a mamada a coloco para arrotar mais uma vez, antes de colocá-la numa posição mais confortável para ¨conversarmos¨, se ela ainda está alerta, ou para ela começar seu próximo soninho, como na foto acima. Cada soninho leva de 2 a 5 horas. Tudo depende da fome. Este processo se repete cerca de 6 vezes por dia e como voa! O tempo passa rápido quando você está cuidando de uma recém-nascida!

Tuesday, October 11, 2011

Do Campo da Mamada

Hoje é o segundo dia da fofucha em casa e ela está ainda mais adaptada que ontem. Felizmente ela adorou o moisés de cara e dorme bem. O único probleminha tem sido as mamadas. 

Já sabia que a amamentação pode ser difícil, mas agora estou literalmente sentindo na pele. No momento estou com uma toalinha quente no 'amigo' esquerdo e uma folha de repolho no 'amigo' direito, além de passar pomada Multi-Mam em ambos regularmente. 

Isso porque o leite no esquerdo empedrou e ambos os bicos estão machucados.

Então é isso. Post escrito em 3 minutos. Até mais!

Enfim mamãe

Primeira hora de vida
Por um lado acho que sou a mesma pessoa de sempre, por outro lado acho que nunca serei como antes. Antes tiraria centenas de fotos após o nascimento da filha. Hoje tirei algumas fotos e gravei dois videos apenas, mas vivi momentos intensos nos últimos dias.

A foto acima foi tirada pelo Pete no momento pele-com-pele que fazem entre mãe e o bebê após o parto. Ela estava bem à vontade ali comigo. 

Muito se fala sobre amor incondicional de mãe e sabemos que isso não é universal. Tanto o é que muitas abandonam e mal tratam os filhos, etc. Aliás eu pensei muito nas que abandonam os filhos recém-nascidos. Minha mãe curiosamente pensou a mesma coisa quando foi nos visitar no hospital pela primeira vez. Como tem coragem de abandonar anjinhos tão indefesos?

Enfim, como recém-mamãe eu sinto que existe um amor incondicional dela para comigo, pois ela me conhece há muito pouco tempo para sentir-se tão bem na minha presença.

Sinto como se tivesse mudado de frequência. Não pego qualquer coisa. Muita coisa deixou de ter importância e uma única pessoa tornou-se um novo mundo para mim. Realmente é muito difícil explicar tudo o que sinto, mas é fácil agradecer o carinho de todos. Senti muita energia vinda da família e amigos no Brasil. Obrigada! 

Sunday, October 09, 2011

Os Simpsons na Irlanda (2 videos)

Os Simpsons vieram para a Irlanda em sua vigésima temporada na tv americana e foi ao ar na Irlanda no Dia de São Patrício de 2009, uma semana antes de sua exibição nos EUA. Foi a primeira vez em 20 anos que o desenho foi exibido fora dos EUA primeiro.

Em Nome do Avô foi dirigido por Ralph Sosa e escrito por Matt Marshall e tem três convidados irlandeses: o ator Colm Meaney e os cantores Glen Hansard e Markéta Irglová do filme Once, que muitos acharam que era um documentário e você deve se lembrar (ou assistir se ainda não o fez!). 

A história do desenho é a seguinte: Homer decide compensar o Vovô Simpson com uma viagem para a Irlanda após tê-lo negligenciado durante uma corrida de carrinho de mão. Para a surpresa do vovô, a Irlanda que ele encontra não é a mesma de sua primeira visita, quando ele tinha 20 anos. 

Paralelamente, Marge leva Bart, Maggie, Lisa e Bart para visitar alguns dos famosos pontos turísticos do país: Giant's Causeway e Blarney Castle.