Monday, July 14, 2014

Alemanhã: Respeito e admiraçao

Antes de mais nada tenho que dizer que não sou louca por futebol. É importante você saber isso. Assisti o jogo de abertura do Brasil na Copa. Além desse jogo, assisti os 15 últimos minutos da lavada que a Alemanhã nos deu na última terça-feira. Fiquei abismada quando o streaming começou no site da RTE e vi o placar: Brasil 0 x 6 Alemanhã.

Entretanto, vinha seguindo a Copa por intermédio de notícias, opiniões de amigos e familiares no Facebook e alguns comentaristas*. Agora sou fã das rodadas de comentários após as partidas. Talvez por que Bill O'Herlihy, John Giles, Liam Brady e Eamon Dunph são bons no que fazem e sabem a hora de calar. Bem, exceto o último, risos.

Enfim, acompanhei a novela do Suarez como todo mundo, mas o que mais me marcou foi o que li há algum tempo sobre a seleção da Alemanhã ter construído seu próprio centro de treinamento porque nenhuma estava de acordo com os padrões deles. Na verdade, quando vi as fotos do centro na Bahia, eu achei que era montagem. Sério! 



Outro ponto que me chamou minha atenção foi o enfoque que deram na simpatia de David Luiz. Como ele consolava os derrotados. Já os alemães... Naqueles 15 minutos que os vi atuando lembrei de nós mesmo em campo anos atrás. Concentrados na bola e comandando o jogo de tal forma que fazia o time do Brasil  de hoje parecer um time juvenil. O Brasil não se empenhava. Não jogava. Não acreditava que tinha chances de ganhar. Bem, considerando o placar naquela altura não era para menos, mas pelo o que escuto foi assim desde o começo daquela partida.

Após nossa derrota li que os jogadores alemães tinham combinado no vestiário, durante o jogo, que manteriam o respeito pelo Brasil isentando-nos de aturar um sarro por parte deles, até porque eles já sentiram na pele o que é perder a taça em casa. Isso de acordo com palavras deles, não apenas de fatos, pois sinceramente nem lembrava mais disso. 

Tenho grandes dúvidas que nós teríamos tido a mesma atitude se tivéssemos tirado a taça das mãos dele na Alemanhã. Nossa atitude é ganhamos, dane-se o resto. Somos os melhores e pronto. Bem, éramos, e já faz um tempinho que éramos os melhores mesmo. A ficha tem que cair para todo mundo para haver transformação no nosso futebol. A ficha caiu na Alemanhã no passado. Eles identificaram os problemas e os contornaram. Tanto é que vão levar a taça para casa.

Quem acreditou que o Brasil ganharia, agora está chupando o dedo. Decerto pouco se importa se os alemães deixaram seu jeito reservado de lado e caíram na nossa folia e sorriem de orelha a orelha como a gente sempre faz. Se o nosso governo resolveu gastar bilhões com estádios a culpa não é deles. Eles até fizeram o que podiam, deixaram o centro de treinamento deles para a gente usar como escola. Eles não sabem, mas nos deram um tapa com luva de pelica. São superiores no futebol e na questão social. Sem falar que foram inteligentes ao escolher a Bahia para treinar. Quem se aclimatiza na Bahia sofre menos em BH, Brasília, etc.

Tá...pra terminar eu só vou dar um palpite e não é técnico porque não vou falar sobre o que não sei. Vou falar sobre o vi nas duas últimas Copas: despreparo emocional. "Nosso meninos" tem que ter acompanhamento psicológico desde a convocação para a Copa quer tenha técnico grosseiro ou não. Imagina o peso de usar uma camisa da seleção. Digo, jogar para o Brasil durante a Copa. Tudo bem que nós somos muito mais emotivos que, digamos, os europeus, mas algumas cenas que vi (em vídeos após os jogos) beiram o ridículo.


*

Sunday, March 23, 2014

Cena triste no parquinho


Hoje vi uma cena triste no parquinho. Um menino com cerca de 5 anos tentava subir num brinquedo e resmungava um pouco com medo. A mãe, ao invés, de simpatizar com o sentimento do filho, começou a balançar a corda em que ele estava dependurado e a dizer ¨Meninos são corajosos!¨. Não pude ver o final porque tinha que observar  minha filha. Observo que os meninos são os que mais sofrem com o que vou chamar de bullying infantil, por falta de um termo técnico que se aplique melhor. 

Geralmente são os pais que empurram brinquedos com uma força além da esperada para a idade da criança que está nele. Meu marido diz que esses homens estão procurando deixar seus filhos mais durões. Eu concordo com ele. Esses pais parecem querer antecipar o que os meninos sofrerão na escola, embora eu não possa afirmar ao certo se é isso mesmo. O que sei é que acho muito estranho. Talvez porque para mim medo não é sinônimo de diversão, especialmente se causado por terceiros. Se a criança procurar um brinquedo porque gosta do ¨frio na barriga¨, são outros quinhentos ao meu ver.

De volta ao menino de 5 anos que sofreu bullying infantil pela própria mãe hoje. Ele parecia nunca ter subido naquele brinquedo antes. Leva-se tempo para uma criança (ou adulto!) dominar algo novo. Apressar o domínio de um novo brinquedo é uma espécie de terrorismo nada produtivo. Acredito que os pais devem ser fonte de segurança sempre. Imagino que  se o menino frequentasse o parquinho com frequência ele teria tanta desenvoltura quanto as crianças mais novas que o utilizam.

Todavia, o que mais me atordoa com a cena de hoje é pensar que a própria mãe pode minar a confiança do filho ou ridicularizá-lo. Sou do pensamento que o que acontece em público é uma fração do que acontece em casa. Digo isso porque acredito que a maioria dos pais que agem em erro o fazem sem intenção. Portanto não penso que todos procuram ser bonzinhos em público quando em casa são monstros, pois este tipo de pai e mãe, estão ao meu ver, numa categoria diferente, bem diferente, são pessoas doentes. Doentes no termo literal, não no sentido ofensivo da palavra, se é que você me entende.

Enfim, acho que uma mãe como a que vi hoje ensina o filho a não ouvir seus sentimentos. A criança abafa o que sente e se torna uma pessoa sem sintonia com seus sentimentos, uma pessoa endurecida ou violenta, que dá trabalho na escola ou às vezes consegue abafar tudo isso por mais alguns anos ou dá trabalho para si mesao ao conviver com os outros. Se torna uma pessoa com problemas mentais, de novo, no sentido literal das palavras. Será que alguém entende o que estou querendo dizer? Palavras melhores parecem fugir da minha mente. Tenho que escrever com mais frequência. Obrigada por ler até o fim.