Saturday, March 31, 2012

Porque NÃO apoiar Kony 2012


Você já deve ter assistido o filme Kony 2012. Ele propõe a prisão de Joseph Kony, o chefe da Lord's Resistance Army (LRA) que escraviza crianças para cometer crimes bárbaros em Uganda. A campanha é ligada à uma organização sem fins lucrativos chamada Invisible Children. 

Todavia já é sabido que apenas 32% dos U$8.676.614,00 arrecadados por Invisible Children em 2011 foram utilizados para ajudar as crianças. O resto foi utilizado em salários, viagens, transporte e produção do filme Kony 2012.

clique na foto para ampliá-la

O jornalista Joshua Keating, sediado na Uganda, explica porque Kony 2012 tomou conta das redes sociais:

Seria ótimo livrar-nos de Kony. Ele e suas forças armadas deixaram um caminho de sequestros de crianças e assassinatos em massa por mais de 20 anos. Mas vamos deixar duas coisas claras: 1) Joseph Kony não está na Uganda há 6 anos. 2) o número de crianças envolvidas no exército de Kony está  no máximo na casa das centenas agora (o filme fala em 30.000 crianças) e embora ainda cause imenso sofrimento, não está claro como milhões de pessoas bem intencionadas, mas desinformadas ajudarão a lidar com a realidade mais complicada.

Na verdade, durante um período de relativa paz não vista em anos, Mark Kersten de Justice in Conflict conta que a Uganda tem reservas de petróleo recém descobertas que ¨podem produzir entre 2.5 a 6 bilhões de barris de petróleo que tem sido diretamente ligadas à segurança do país¨.

Em outubro de 2010 o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou 100 soldados para a Uganda para ¨remover¨ Joseph Kony embora é sabido que ele não está naquele país. Você deve lembrar que em 2003 os Estados Unidos invadiram o Iraque sob o pretexto de que eles tinham armas de destruição em massa quando mais tarde ficou claro que tudo o que eles queriam era petróleo. 

Acho que não preciso ser mais clara. Você está sendo enganado pelo vídeo Kony 2012. 

Fonte. RT (jornal russo com publicações em Inglês)




Wednesday, March 28, 2012

Desaparecidos, mas não esquecidos


Acabei de ler a matéria do O Globo em que a filha de Rubens Paiva, desaparecido durante o regime militar, conta em detalhes as 24 horas em que passou no DOI-Codi, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1971. 

Apesar de um dia já ter tido 15 anos, incorporei os sentimentos da mãe dela, que ¨congelou¨ de medo ao imaginar o que acontecera com a filha e o marido naquele quartel malígno, enquanto imaginei minha sobrinha no lugar de Eliana Paiva, que à princípio foi poupada pela própria inocência. Dificilmente senti sequer um terço do que essa família passou durante a prisão.

Nenhuma pessoa próxima à mim ou minha família foi diretamente afetada pelo regime militar. Todavia, solidarizo com a dor de Eliana e de todas as famílias na mesma situação dela. 

Para cada preso e torturado havia uma série de pessoas envolvidas que guardam segredos. Aquelas vivas deveriam ser levadas à Justiça para falarem tudo o que sabem e serem punidas na medida do possível. Clique aqui para ver a lista de cassados, exilados, presos, sequestrados, torturados ou mortos durante o regime militar.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi criada a Lei 9140/95 que reconheceu os abusos ocorridos e fixou indenização mínima de R$ 100.000,00 para cônjuges e parentes. Contudo, para termos um futuro próspero precisamos limpar o nosso passado. É chegada a hora do nosso governo começar a apurar o desaparecimento dos presos e torturados durante o regime militar. 

Mais de 280 pessoas foram mortas, muitas sob tortura. Mais de 100 desapareceram, mas ninguém acusado de torturar presos políticos chegou a ser punido. Em 1979, o Congresso aprovou a Lei da Anistia, que determinou que todos os envolvidos em crimes políticos fossem perdoados pela Justiça. Contudo, pelo entendimento da ONU, cujos vários documentos tem a assinatura do Brasil, o crime de tortura é imprescritível. Nunca é tarde para reconhecer direitos humanos. 

Matéria relacionada: Ação sobre desaparecidos reabre debate sobre anistia (Diário do Congresso)
Edição 11.05.12: Artigos sobre a Comissão da Verdade no blog Com Texto.

Friday, March 16, 2012

Novo teste de próstata não invasivo


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 60.000 homens terão câncer de próstata no Brasil em 2012. Já a estimativa na Irlanda é de 1 em cada 13 homens. Detectado no estágio inicial, o câncer de próstata pode ser curado, especialmente quando ainda confinado na glândula prostática. Homens com 50 anos sem histórico de câncer de próstata na família e homens com 40 anos com histórico de câncer de próstata na família devem testar o nível de PSA (prostate specific antigen) no sangue. 

Recém-lançado na Irlanda, o PROSTA-Check testa justamente o nível de antígeno prostático específico (PSA), que é uma proteína produzida pelas células da glândula  prostática. O teste pode ser feito em casa fazendo um furinho no dedo e recolhendo gotinhas de sangue. O resultado aparece em 10 minutos.  Caso queira fazer o teste e não encontre o kit onde mora entre em contato, se desejar.

Tuesday, March 13, 2012

Minhas tattoos irlandesas

Kiss me I'm Irish - no pulso

Bandeira Irlandesa - no ombro direito

Trevos ou shamrocks - no ombro esquerdo
  
Pacote com 48 tattoos


Nesta época do ano é fácil encontrar artigos patrióticos porque o Dia de São Patrício, o santo padroeiro da Irlanda, é dia 17 de março. É um carnaval irlandês! Não fique triste se você gostou muito das tatuagens também. Eu envio pelo correio para qualquer lugar do mundo. É só entrar em contato. Mas já aviso, não é de graça, pois o Natal já passou. ;)

 

De quebra comprei o chapéu de leprechaun para fazer graça para a minha irlandesinha linda! Ah! As tattoos saem com álcool e não são apropriadas para menores de 3 anos. Você retira o papel e coloca o verso contra a pele e pressiona com uma esponga úmida por 20 a 30 segundos. 

Monday, March 12, 2012

Porque vacinar adultos contra a coqueluche


O número de casos de coqueluche dobrou em 2011 tanto no Brasil quanto na Irlanda. Isso de acordo com dados da Saúde Pública e do Health Protection Surveillance Centre respectivamente. Só em São Paulo foram 183 casos no primeiro semestre do ano passado, sendo que 6 destes resultaram em morte. Esta doença é mais grave em recém nascidos com menos de 6 meses de idade. 

A vacina é gratuita para crianças no SUS. Entretanto, são os jovens e adultos os principais responsáveis por transmitir a bactéria causadora da infecção. No Brasil os parentes próximos são os maiores responsáveis por 83% dos casos de coqueluche em bebês com menos de 6 meses. Nos Estados Unidos a FDA recomendou, em 2010, que os maiores de 65 anos tomassem o reforço da vacina, pois lá os avós são responsáveis por 6 a 8% das transmissões.

Os sintomas aparecem cerca de 10 dias após a contaminação e a doença tende a durar até 3 meses. O que caracteriza esta doença é a tosse com guincho. Após o ataque de tosse a pessoa tem que buscar por mais ar, daí o termo. 

O contágio da bactéria pode acontecer por tosse, espirro ou até a fala uma vez que expelimos pequenas quantidades de saliva quando falamos, às vezes. O doente começa sentindo mal estar e tendo catarro, desenvolvendo um resfriado com febre baixa. Duas semanas depois as tosses compridas começam e duram 2 meses. São 20 a 30 tosses seguidas sem inspirar. Os adultos ficam vermelhos e os bebês chegam a ficar roxos. É muito desconfortável. A tosse não escolhe hora e os bebês e crianças sofrem muito com ela à noite. 

Como a coqueluche é causada por bactéria e não vírus, como alguns erroneamente pensam, o tratamento é feito com antibióticos. Os bebês com menos de 1 ano muitas vezes acabam tendo que ser hospitalizados por até 2 semanas, pois perdem líquido com os vômitos que acontecem após a tosse e precisam receber soro e oxigênio também. 

Só na Califórnia (EUA) 10.000 pessoas contraíram coqueluche em 2010, entre elas 70% eram bebês com menos de 6 meses, pois eles ainda não tinham tomado as 3 doses necessárias da vacina DTP (difteria, tétano e pertussis) para protegê-las contra a bactéria bordetella pertussis que causa a coqueluche. 

O médico Moisés Chencinski explicou em entrevista na tv brasileira que a vacina vai perdendo o efeito com o tempo e  que por isso deveríamos tomar um reforço passados 10 anos, algo que nós não fazemos. Por isso os jovens e adultos são os maiores responsáveis por transmitir a doença. Ele ainda explica que 20 a 30% dos casos de tosse prolongada em adultos podem ser coqueluche. Contudo, como os sintomas são mais leves nos adultos eles não vão ao médico nem evitam contato com as crianças que pegam a doença e ficam muito mais debilitadas.

De acordo com o médico grávidas podem tomar esta vacina, pois ela não é de vírus vivo. Infelizmente ela custa cerca R$ 100 para adolescentes e adultos. Ela é gratuita apenas até os 5 anos no Brasil. 

Complicações:
Convulsões
Encefalite (inflamação aguda do cérebro)
Pneumonia
Morte

video - crianças com coqueluche

Já antecipo aos meus amigos e familiares que minha bebê já terá recebido as 3 doses quando formos ao Brasil e que eu recebi a 6-in-1 hoje.

Importante: Um bebê americano foi incorretamente diagnosticado com refluxo. Troque de médico se o seu bebê ou criança apresentar a tosse típica da coqueluche e o médico não souber reconhecer os sintomas!



Calendário de Vacinação Infantil de 0 a 10 anos no Brasil




Saturday, March 10, 2012

Primeiros cinco meses da minha bebê e eu


Daqui duas semanas minha bebê completa seis meses. Eis o que se passou de forma bem suscinta:

Primeiro Mês

O meu único receio era deixá-la cair, pois ela era molinha. Ela mamava a cada 2 ou 3 horas e ficava acordada pouco. Era comum dormir nos meus braços por horas. Como colocar sua anjinha no berço de imediato quando você esperou tanto tempo para tê-la em seus braços?

Segundo Mês

Meu medo de deixá-la cair diminuiu porque ela começou a ficar durinha, o que facilitou muito na hora do banho. Embora o baby blues já tivesse passado (eu apenas chorava ao entardecer, benditos hormônios!) vieram pensamentos sobre o futuro e foi aí que resolvi viver intensamente o presente, como se cada dia fosse o último. Cliché ou não, é a verdade.

Ela mamava a cada 3 ou 4 horas e ficava acordada um pouco mais. Quando achávamos que ela escaparia das cólicas elas começaram no fim do mês. O lado positivo é que você aprende a distinguir os choros de fome e dor rápido!

Ela começou a dormir a noite toda. 

Terceiro Mês

Ela mamava a cada 4 ou 5 horas e teve uma crise de cólicas. Digo, cólicas todas as noites por uma semana. Passamos a dar banho na tummy tub com mais frequência, o que ajudou. Fora isso, ficávamos com ela no braço, nas posições que ela sentia mais alívio, por cerca de 30 min por noite. Não é nada em relação à certos bebês.

Quarto Mês

Ela mamava a cada 4 ou 5 horas também, mas com certa irregularidade, ou seja, às vezes ficava até 6 horas sem mamar. As cólicas diminuiram bastante passando a eventuais gases rapidamente dissipados ao colocá-la nas posições propícias para tanto.

Quinto Mês

O espaço entre as mamadas reduziu de uma hora para a outra de forma que antes a última mamadeira era  entre às 22hs e 23hs e agora entre às 18hs e 19hs! Isso somado ao pescoço bem firme e ao interesse pelo o que comemos resultou no ínício da papinha (baby rice) e purês de vegetais. Bem, vegetal. Ela começou a comer purê de cenoura ontem. Felizmente ela come e dorme muito bem!