Vidrada na primeira tv que viu na vida em férias no Brasil aos 18 meses (detalhes no último parágrafo) |
Já perdi a conta dos anos que não assistimos tv em casa. As duas televisões estão no sótão há nos. Não sentamos um dia e decidimos que não assistiriámos mais tv. É que passei a me interessar por coisas que podia assistir online. Gostei de poder escolher o que vou assistir ao invés de ficar assistindo a tudo que é colocado a minha frente. Assim, meu marido deu a idéia de ¨engavetarmos¨ as tvs. Isso aconteceu anos antes de minha bebê nascer.
Isso não significa que ela não tenha sido exposta à desenhos animados como Pocoyo, Galinha Pintadinha e Patati Patata. Muito pelo contrário. Quando ela tinha poucos meses de vida eu colocava os dois primeiros para ela assistir.
Os desenhos animados passaram a fazer parte da rotinha. Pocoyo depois do café da manhã, Galinha Pintadinha depois do almoço e outros que descobria no YouTube depois da última refeição do dia. Pocoyo e Galinha Pintadinha ¨rodaram¨ assim que ela começou a expressar seus desejos, após 1 ano de idade. Acho que ela já estava farta deles. Então achei que era hora de introduzi-la a Patati Patata e ela gostou bastante.
Todavia, os vídeos começaram a se tornar uma fonte de frustração. Por mais que ela tenha aprendido a pedir para eu colocar os favoritos eu às vezes não acertava porque ela dizia ¨esse¨ ou ¨quero esse¨. ¨Mas qual 'esse'?¨ Eu perguntava. No final das contas percebi que os vídeos não estavam sendo uma boa. Comecei a pesquisar.
Até agora o filosofia de criação de filhos com quem mais me identifico é a RIE, que encontro no site de Janet Lansbury que é uma discípula de Magda Gerber, a fundadora de RIE - Resoucers for Infant Educares. Foi no site da primeira que aprendi a como brincar com minha filha, o que facilitou a retirada dos desenhos animados/musicais.
Digo, foi encorajando minha filha a brincar independentemente que a preparou para isso. É que muito antes de perceber o prejuízo dos desenhos eu me dei conta que a forma de como eu me comportava enquanto ela brincava não era a melhor para ela.
Como toda mãe bem intencionada eu, às vezes, mostrava como um brinquedo era operado. No início eu achava que estava passando um tempo de qualidade com minha filha. Depois foi ficando claro que ela não se interessava muito pelos brinquedos que eu brincava, especialmente se eu fazia algo que ela ainda não tinha condições de fazer.
Por exemplo, como ela não gostava de martelar os pinos para dentro da base de madeira eu os colocava em pé no chão ou um em cima do outro. Hoje tenho até vergonha de ter feito isso, pois ela ainda não tinha a destreza para isso. Ela tentava colocar os pinos em pé no chão e ficava frustrada com toda a razão.
Então, comecei a colocar em prática a brincadeira independente, que consiste em deixar a criança escolher o que quer brincar e brincar do jeito que quiser. Não há certo ou errado ou regras ou finalidade a ser atingida. Além disso, fico quieta a observando. Se ela levanta os olhos, digo, olha para mim, eu narro o que estou vendo ela fazer ou tentando fazer. No começo é difícil, pois a criança está acostumada com a nossa interferência.
Comprei um quebra-cabeça de letras (que você coloca num tabuleiro - é adequado para a idade dela) e ela pedia para eu colocar as letras para ela. Quando o meu dizer que ela deveria tentar não adiantava eu colocava a letra do lado do buraco apropriado, mas não dentro. E assim ela foi progredindo. Ela ficou muito feliz quando colocou todas as peças pela primeira vez. Eu mais ainda de estar presente no momento em que isso aconteceu, pois pude retribuir o sorriso.
Hoje em dia ela brinca independentemente numa boa. É útil quando tenho que preparar algo para ela. E é isso o que ela faz nos momentos em que antes assistia vídeos no meu laptop.
* (foto) Eu tinha acabado de trocar a fralda dela. Saí da sala para pegar a câmera e registrar o fato de que ela não levantou imediatamente após eu trocar a fralda, como de costume. Ela parece nem ter percebido que eu saí da sala de tão fixada que estava na tela. A tv deixa as crianças passivas. Brincando elas exercitam a imaginação e o corpo! E como diz Magda Gerber, o mundo já possui estímulos suficientes para os bebês. Tv não é necessário. Às vezes achamos que sim, pois precisamos fazer algo e queremos que a criança esteja bem, mas brincar é muito mais benéfico!